O Local não pode ser dissociado do Global
- um olhar sobre uma paisagem -

Péricles Luiz Pimentel Calafange[1]

Resumo

Inequívocas a ações do ‘ser cultural’ sobre os espaços, entretanto a compreensão de interdependência entre ambos e de ‘mister’ importância para a longevidade do primeiro, haja vista os ‘sistemas’ se revelarem ao longa da história capazes de superar-se  ‘apesar de’, e não está descartada a exclusão do ‘ser cultural’ numa possível reordenamento dos ‘sistemas’, entretanto a equidade passa necessariamente pela ordenação dos ‘iguais’ ,  advindo obrigatoriamente a interdependência como forma de longevidade do congraçamento dos diversos sistemas afins.

Daí um olhar sobre o planeta, os seus constitutivos e a necessária busca de ações que engendrem  um equilíbrio as dissonantes diferenças existentes.

Abstract

Unequivocal to actions of the 'to be cultural' on the spaces, however the interdependence understanding between both and of 'occupation' importance for the longevity of the first, have seen the 'systems' if they reveal along the history capable to overcome 'in spite of', and it is not discarded the exclusion of the 'to be cultural' in a possible reordenamento of the 'systems', however the justness necessarily goes by the ordination of the 'same', happening the interdependence obligatorily as form of longevity of the congraçamento of the several similar systems.

Then a glance on the planet, their constituent ones and the necessary search of actions that engender a balance the dissonant existent differences

Abstract

Inequivocabili ad ações do 'essere culturale' su voi espaços, frattanto a compreensão di interdependência tra tutti e due e di 'mister' importância ferma a longevidade do primeiro, haja visto voi 'sistemi' Lei revelarem ao longa dà história capazes di superare-Lei 'apesar di', e não è respinto ad exclusão do 'essere culturale' numa possível reordenamento due 'sistemi', frattanto ad equidade passa necessariamente pela ordenação due 'iguais', advindo obrigatoriamente ad interdependência come forma di longevidade do congraçamento due diverso sistemi afins.

Daí um olhar su o pianeta, voi seus costitutivi ed a necessária ricerca di ações che engendrem um equilíbrio asse dissonantes diferenças esistenti.

Palavras chave: ecologia, antropologia, sustentabilidade, desigualdades sociais, meio ambiente

Introdução

As nossas reflexões deverão necessariamente estar sintonizadas com a história e a cultura. A história tem infinitas utilidades, sendo uma das suas inúmeras funções servir de base para avaliações metodológicas e estudos cronológicos para que não se repitam ações já exauridas nas suas tentativas de acertos para compor o lapso de tempo e  espaço. A cultura, por sua vez, de tão singular que se apresenta, revela-se de uma complexidade analítica ímpar, trazendo consigo um tecido social denso, que exige rigor metodológico para a sua análise. Atendo-se apenas a estes dois pontos, avaliamos a responsabilidade sob a qual ousamos observar os ‘nexos’.

A construção social que se apresenta neste trabalho, deverá somar-se a inúmeras outras existentes, devendo, acima de tudo, ser reflexiva e criteriosamente analisada. Poderemos iniciar a análise sob qualquer viés, isso dependerá das construções individuais e acadêmicas de cada um. Ousaremos lançar um olhar exterior ao nosso planeta:

Como  a massa física do nosso planeta apresenta um inventário já diagnosticado, não se conseguirá agregar novos elementos construtivos, dentro dos modelos, até então compreensíveis. Ocorrerá à superação dos modelos mecanicistas/históricos com a permeabilidade das fronteiras, da geopolítica , do conhecimento, da informação e do social, haja vista a reprovação da conquista de espaços e de culturas com ações simples e puras pela imposição dos modelos tradicionais, a exemplo: as colonizações. Se os espaços são aviltados é por que não foi dada a devida importância à formação da sua construção, e assumiram-se atitudes letárgicas e permissíveis ao seu partilhamento, seja ele por aceitação ou renúncia.  

Ao aglutinar  os modelos idealisticamente desejáveis e absorver um conjunto de valores materiais e imateriais, passa a denotar a amorfa e subserviência de outrem, criando assim, uma hierarquia no conjunto, seja social ou econômico. Estamos diante do paradigma do desejável e do execrável. Observemos, (ver Figura I e Tabelas 1,2 e 3) a distribuição e acúmulo de bens materiais do planeta, bem como o consumo de massa energética em bases fósseis, um outro elemento balizador da riqueza e bem estar social.

Tabela 1   Sistematização da relação dos países desenvolvidos e os ‘outros’

Os dados em exposição (Tabelas 1, 2 e 3), permitem-nos detectar uma hierarquização da massa material e conseqüentemente econômica, levando a diferenciação entre os que detêm o bem estar material, social e político, concomitantemente, detendo o conhecimento acadêmico e formal. Este acúmulo é histórico, enfaticamente secular. Por inúmeras situações e justificativas, foi acomodada com a anuência dos demais atores sociais partícipes do processo construtivo.

Tabela 2          Concentração de ativos no planeta (I)

A acumulação de bens é inerente ao ser humano, contudo, o excedente faz parte de uma construção cultural de modelos recentes, onde o conhecimento, a interação, o domínio, o uso, tem como consequência o quadro caótico e unilateral que se traduz a nossa realidade, ficando mais de 2/3 de toda a população mundial carente de algum produto ou serviço de extrema necessidade, o que o leva a menor longevidade, a ações predatórias, dependência sócio econômica, submissão a modelos autoritários, dificuldade de auto desenvolverem-se,  índices de desenvolvimento humanos sofríveis, sustentabilidade ameaçada e exposta a consumidores externos, patrimônios ambientais ameaçados.

Tabela 3          Concentração de ativos no planeta (II)

Contudo, os modelos criticamente submetidos ao crivo dos apologistas,  incontestavelmente, tem levado benefícios a estes 2/3, podendo até discutir a velocidade com que isso ocorre. Porém, de fato, é que ela ocorre, deve-se entretanto, sair da metacrítica e ousar propor alternativas e modelos mais racionais para que estes mecanismos obtenham maior velocidade e eficácia. Neste sentido, a redução das desigualdades, acesso a bens e serviços, equidade social, só acontecerão com a compreensão da sua gênese.

Se procurarmos entender a degradação contínua que estão submetidos estes países considerados sub desenvolvidos, ou periféricos ou ainda possivelmente economias emergentes, poderemos detectar  uma dialética soante de pressão sobre os recursos naturais, em que pese estes serem fornecedores de valores agregados de origem ‘sustentáveis’ para os consumidores, cujas ações de preservação são limitadas, por não disporem de expressiva massa a ser protegida ou preservada - vegetação, flora, fauna e quaisquer outro recurso natural significativo. 

A relação entre preservação e produto, nestes consumidores (ver Tabela 1, 2 e 3) está limitada ao valor per capita significativo e pelo re-investimento na recuperação do ‘manancial’ degradado, obscurecendo assim, a relação produção conservação em seus domínios.

Os países em desenvolvimento são receptores de tecnologia de ponta ‘acabada’ apesar de sua chegada revelar a desatualização na hierarquia consumista. São cooptados a parcerias unilaterais de exploração de redutos sustentáveis, portanto a preservação dos que tem o que conservar se reduz em coadjuvante do processo de utilização transformados em fornecedores de ‘culturas sustentáveis’ para expoentes de consumo e dominadores.

Não podemos abdicar também de entender que isto ocorre diante do inexorável modelo desenvolvimentista  atual, da ‘sociedade do conhecimento’. Pode-se encaminhar para o equilíbrio universal, porquanto conhecemos o outro, sem  contato pessoal, através de  canais fechados de televisão, documentários, internet, livros , revistas, teleconferências, modelos que seguem uma hierarquia,  caminhando em direção a massificação e modelos homogêneos, e aproveitando-se do modelo multiplicador e formador de opiniões dos seus usuários. Nesse contexto, a solidariedade responsável diante da inevitável necessidade de conviver sob a mesma ‘aldeia global’ e estar sujeita a mesma condição, intimamente ligada e revelada pela anuência e descaracterização das fronteiras geopolítica/ideológica , da  queda dos limites e muros simbolicamente edificados por ideologias separatistas e  segregadoras, contudo respeitada diante do momento temporal/histórico, sob a qual foi construída.

Inequívoca a observação de que 6% da população mundial detenham consumo de 7 toneladas/ano per capta de energia de origem fóssil, conseqüentemente, para uso, transformação em materiais e serviços para uma sensível qualidade de vida. Os demais 94%, têm per capta uma variação de 0,2  a 1,5 toneladas/ano per capita. Podemos ainda observar que esses mesmos agrupamentos geográficos, de alto consumo, não apresentam uma produção compatível com o dispêndio. (ver Figura I).

Figura I           Distribuição de consumo de energia no planeta de origem fóssil

Poderíamos até codificar de desequilíbrios tais fatos, contudo, não estão atrelados a tecnologias de produção, proximidade de mercados produtores, equidade nas relações comerciais,  necessidades específicas em função de aspectos climáticos e de geopolítica. A busca da manutenção deste modelo consumista tem-se revelado unilateral, rompe fronteiras, criam metodologias de ‘invasão’ e o espectro da imposição se mantém.  Dentro de seus modelos, a produção de seu entorno embasado no excedente de produção de áreas alimentares e afins, com também, tecnologias, patentes, remédios, modelos de serviços e redes de informação, rompessem fronteiras, de forma ideológica e impositiva, para os que necessitassem no mesmo sentido que se buscam às necessidades consumistas, o equilíbrio viria pelo porvir.      

Portanto, nesta reflexão, cabe entender que no caminho da marcha de busca do necessário,  sejam transportados os excedentes e não o refugo, a deriva, dos capciosos modelos  mantidos pelas ideologias de minorias e submissão de sociedades, cujos representantes insistem em permanecerem com ‘discursos de gabinete’ aquém das realidades existentes ao seu redor, tornando turva as vidraças dos gabinetes das cabeças pensantes de tão próximas que estão dos modelos discursivos estéreis. Ir a campo, vislumbrar possibilidades, fragiliza o discurso metodicamente construído em alcovas, sem as arestas do social, político, econômico e ideológico a serem aparadas e exigindo reconstruções constantes e tomadas de posições e retomadas de rotas infinitas, causando inquietações em academicismo eclético e vulnerável diante dos desafios explícitos.

A Superação dos Modelos Históricos

Depois de toda a racionalidade imposta pelos modelos universais construídos, durante o inicio do século XIX, o que levou a maior perplexidade foi à visão exterior do planeta,  mesmo esta visão  exterior não nos levou a uma endogenia de conhecimento e reflexão do nosso planeta, (Quadro I), da necessidade de buscar modelos de equidade e bem estar social.

Por não se tratar de fato novo, (Quadro II), pode-se parecer redundante, contudo, cabe-nos perguntar, se temos noção exata de que se tratam estes números em relação as necessidades de uso e preservação desta massa planetária. Estas escalas apesar de astronômicas denotam uma necessidade de elaborar fronteira entre o uso e conservação e benefícios advindos de ações sustentáveis.

Observa-se, também, que a ‘concentração’ dos  países chamados desenvolvidos, ocupam a 5ª colocação de um total de 6ª (Quadro II, planificação por continente), ocupando um pouco mais de  6,5% das terras continentais. Este mesmo grupo detém  42% do comércio mundial, 29,6% do PIB mundial e apenas 6,5% da população do planeta. Dos 10.615 bilhões de dólares que circula no comércio mundial, U$ 4.446 bilhões fica ainda com este grupo, estabelecendo a relação com a população de 373 milhões  e os restantes do planeta 5.768 bilhões de habitantes nos levam a reflexão acerca dos agudos desequilíbrios que imperam neste modelo.                      

Nosso foco, agora, se reduz a observar as massas geopolíticas continentais como forma de detalhar as diversas e singulares ações ideológicas e hierárquicas definidas historicamente, (Quadro I e III). Um maior detalhamento, faz-se necessário, para elaborarmos uma visão crítica e metodológica, diante das necessidades de proposições desejáveis. Concomitantemente, as Tabelas 1, 2 e 3, são reveladoras das concentrações plurais, advindas de modelos históricos, que por si só, exigem maturidade para fertilidade de proposições de equidade.

Nosso olhar mais arguto nos leva a observar a posição do nosso país em relação ao todo planetário. Ocupamos a 5ª colocação, observando o nosso espaço, são deveras admiráveis, (Quadro IV). Possuímos ¼ dos maiores rios do planeta, água doce abundante e pouco degradada, revelando a necessidade de um plano de preservação racional de sustentabilidade e uso. A relação terra água, reelabora-se diante do volume de biodiversidade do planeta deste espaço, ou seja, cerca de 15% do total, não devendo ser desconsiderado, se observarmos a fragilidade de bem estar social que se submete à população deste espaço, por vontade e ausência de contundentes políticas públicas.

Vê-se o espaço  completar-se com a presença humana e seus desdobramentos socioeconômicos,  geopolíticos/ideológicos, cabendo aí, a extensão de modelos singulares de ação para inserção sustentável , para cada conjuntura.  

Marchar em direção à individualidade da presença humana e sua relação ao espaço ocupado e suas necessidades de sobrevivência, diante do habitat, reveste-se de peculiar cuidado nas interações.

Transitar, de fato, entre o global e o local, reveste-se de um paradigma ímpar, diante das seduções que a construção universal se afirma e  oferta. Ao   observar- mos o espaço que ocupamos, iremos notar que ele, em algum momento, foi o que poderíamos chamar de ‘habitat sustentável’, transformado pela ação de grupos sociais que precisavam dominar e transformar a natureza para poder sobreviver. O nosso matiz de sobrevivência e domínio esta lastreada por ações, que tem origem no ‘local’, ou seja, a alimentação, as primeiras experiências de domínio e manejo da natureza, as ações culturais do ‘senso comum’, as manifestações sociais, a religião, as formas de grupamento políticos, o desenvolvimento de técnicas e tecnologias. Enfim, um amplo espaço a ser estudado e interpretado nas suas especificidades, onde a hierarquia é reduzida e as desigualdades estão relacionadas com a capacidade de dominar e manejar espaços.

Este conjunto revela-se múltiplo de manifestações irestritas a ações temporais. O espaço local é uma construção infinitamente plural e dentro da sua ‘funcionalidade’ tem relações muito estreitas com diversos segmentos que  ensejam utilitarismo e tecnicismo mecanicista, manifestações políticas, sociais, técnicas, setoriais, culturais, religiosas, filosóficas entre tantas outras, porém, no âmago destas plurais questões se encontram o elemento fundamental de todas as questões que movimenta toda a estrutura; o‘humano’ e suas relações de domínio e subserviência, sejam ao tempo ou ao espaço.  

Dentro de infinitas questões, importantes que  poderiam destacar-se, analisemos a necessidade da existência para o fortalecimento dos grupamentos humanos excluídos; a sobrevivência, como base à ‘Teoria das Necessidades’, (ver Tabela 4), formulada por Bronislaw Malinowski:            

Cabe entender que as necessidades estão diretamente relacionadas com as disponibilidades ‘locais’, pois este primeiro contato determinará o grau de construção de um modelo sustentável e equilibrado com a cultura a ser  edificada. A coexistência entre a satisfação das necessidades e os elementos necessários a esta satisfação,  encontram-se dentro de sistemas bioeconômicos . Nesse contexto, exercem pressão sobre o meio ambiente, de forma que, com as suas relações, são necessárias ações de integração e uso racional e sustentável. Não se pode esquecer que movimentos endógenos refletirão em desdobramentos de preservação que ocorrerão entre o elemento que ‘transforma’ e o espaço - observações ‘inocentes’ - poderão construir débeis discursos. 

Os modelos locais revelam uma estrutura e uma funcionalidade com o global, pois, por mais que entendamos fragilidade nestas relações, elas estão fortalecidas além das nossas compreensões.

Revelar pós factum a dissonância discursiva sobre os postulados do reverendo Thomas Malthus, em seu “Ensaio sobre o principio da população, como ela afeta o êxito  futuro da sociedade’, (1798), (ver tabela 5), demonstra um reducionismo analítico sobrepondo emoção sobre o ‘tempo e o espaço’: ‘O poder de crescimento da população é indefinidamente maior do que o poder da terra de prover a subsistência para o homem’. Quem dos seus párias construiu idéias para a contestação ou vertentes dignas de visibilidade pelas imposições que o seu mundo revelava.      

Devemos revelar que  Malthus não foi simplesmente o apologeta do caos ‘populacional´, na medida em que, também ,estabeleceu observações acerca  de princípios que impediam os crescimentos indefinidos da população, visto que deveriam ser divulgados tão fortemente e concomitantemente quanto a fragmentos do livro, ora em questão. De acordo com  Malthus, esses bloqueios teriam duas causas determinantes: os positivos e os preventivos. (Tabela 6).

Podemos observar o embrião de uma tentativa de vislumbrar além do instante e estabelecer conexão com as possibilidades inerentes ao homem e sua ‘cultura’.

A Cultura

Olhemos para   8.511,996 Km²  de área, quinta maior área geopolítica do planeta, 170 milhões de pessoas, possui ¼ dos maiores rios do planeta, a maior biodiversidade, cerca de 15% do total, detém o maior volume de água doce do planeta, disponibilidades de 6,220 bilhões de m³/ano, Obviamente, este não é o cenário para se encravar uma lápide onde sejam sepultados 23 milhões de brasileiros[3]. Com certeza, este ambiente não combina com a riqueza que circunvizinhará esta gigantesca lápide.

Como conceber que há precisos cinco séculos, este gigante ainda adormecido, moribundo e em  agonia, reluta entre continuar deitado e levantar-se e andar. Acordar seria o primeiro passo, não para caminhar em direção a sepultura, entretanto, o seu distanciamento é muitíssimo lento, a ponto do odor fétido de cadáveres ‘in sepulto’ contaminarem seu corpo de norte a sul. Com uma mortalidade infantil inexplicável, aproximadamente 23 milhões de miseráveis, presença de doenças erradicadas em outras paragens, mais mortes diárias que áreas de guerras ainda existentes, analfabetismo crônico, acesso ao direito cidadão difuso, violação dos direitos humanos, elementos simples que levam a agonia qualquer gigante sintomático de resistência de vida.

Este cenário permite as mais mirabolantes divagações e construções, por mais estapafúrdia que sejam, merecerão uma dose de crédito por anuência da realidade, contudo, longe da emotividade corrompível e fácil e com rigor metodológico; e ousamos propor para este gigante chamado Brasil.

Iniciaremos revelando certas particularidades neste Brasil em relação aos demais países (ver Tabela 7 e 8 e Quadros III e IV). Suas taxas de pobreza, estas avaliadas em relação à renda per capta, na faixa percentual específica em que se encontra o Brasil, entre 28% e 34%, causam espanto pelas referências anteriores de espacialidade e certas características, relembrando; uma extensa área física, os maiores volumes de água doce disponível, excepcional volume de biodiversidade e uma taxa de ocupação privilegiada.

Nesta Tabela (Tabela 7), revela-se claramente uma das maiores distorções que se acomete o nosso país. Estar localizado entre uma das maiores economias do planeta, nem por isso ser capaz de acelerar a aproximação entre os extremos deste tecido social que se constitui num modelo concentrador de renda  com desdobramentos de exclusão. Ainda, nesta direção de análise veremos que apesar da renda per capta de U$ 4.300, constituímos uma das maiores taxas de pobreza[4] do planeta, 34%, (Tabela 8). Historicamente, estamos cerrando os olhos a modelos, (a exemplo os tigre asiáticos), que deveriam ser avaliados quanto a sua importância e validade de instituir-se, e nos direcionando a metacríticas estéreis a segmentos cuja representação histórica está compatível com a anuência global. (a exemplo FMI, OMC, GATT, entre outros).        

É importante ressaltar que países como Hong Kong, Cingapura, Taiwan e Coréia do Sul conseguiram ultrapassar limites em que nossa nação está   sujeita. Todavia,  como não avaliarmos a implementação de tais medidas e atitudes, respeitando a secularidade destas sociedades, com características culturais singulares. Complicada a tentativa de difundir estudos empreendidos em tais recantos, onde certas características nos colocam com maiores possibilidades de sucesso que os nossos irmãos globais, haja vista as informações já explicitadas. Então, que comecemos a reflexão que nos levem ao reconhecimento de nossas potencialidades, na medida em que  adotaremos   atitudes responsáveis.

Outro fato estarrecedor é a distância que separa os mais ricos dos mais pobres. Compatibilizando renda ‘per capta’, PIB, população  chegamos a 33 vezes à distância entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres, (Tabela 9), assim, este distanciamento exclui o grupo com deficiência de rendimento o que fragiliza a aquisição de mínimas condições de sobrevivência, advindo más condições de moradia, ausência de saneamento, dificuldade de acesso à rede escolar e baixa freqüência , inexistência de tratamento preventivo de saúde, por fim, agudas carências sócio econômicas básicas.

Contudo, atitudes assistencialistas, que aqui denominaremos ‘veneno salvador’, levam a estes excluídos, renda compensatória complementar: bolsa escola, bolsa trabalho, ticket leite, entre outros, comprimindo as demandas culturais e empurrando famílias a modelos de subserviência de lideranças locais nocivas que se perpetuam no poder,-- aferindo vantagens no cadastramento e distribuição. A auto estima se desfigura e transfere-se para o ‘estado’ a idéia de ‘tutor’ e salvador’, a esperança restringi-se as ações e demandas estatais, ficando, daí por diante, o desenvolvimento comprometido por ações seqüenciais que só virão com a perpetuação do poder político em toda a sua amplitude, pois as substituições não contemplam continuidade, pelo contrário, as atitudes são reelaboradas com prosseguimento corrompido.

Prudente seria a iniciativa de identificação de valores e padrões locais, sem distanciar o local do global, com a preparação de condições para que este grupo pudesse iniciar ações produtivas com valorização de seu entorno e de cunho auto desenvolvimentista. Valendo-se de um modelo de continuidade que lhes dessem maiores condições de desenvolvimento sem a  necessidade explícita da presença do estado, que ora mostra-se imperativo e necessário, se bem que planejado e em substituição aos modelos históricos obsoletos seriam de mister e salutar importância.

A exclusão não poupa qualquer faixa etária, porém, revela um  agravamento entre os jovens de até 15 anos, pela própria dependência da sobrevivência. Isto atrelado à baixa freqüência escolar, aos desajustes familiares oriundos do ínfimo poder aquisitivo do núcleo familiar, modelo social frágil, (ver Tabela 10), investimento e não assistencialismo nos núcleos familiares como identificação e direcionamento para as vocações regionais, capacidade de desenvolvimentos dos grupos sociais em interação a estas vocações, oportunidade de capacitação e treinamento para uma integração social e econômica se faz de imediata necessidade para redução de ações assistencialistas e o conseqüente fortalecimento das bases sociais, em modelo inovador de independência e sobrevivência. 

O modelo concentrador brasileiro segue uma lógica universal; reduto de dominação social e política histórica, apropriação das forças e técnicas produtivas, acesso a modelos jurídicos institucionais legitimadores, suporte no aparelho coercitivo contraditório, implementação de legislação de auto proteção e finalmente, um trabalho de ‘mídia’ de reelaboração de consciências submissas à perpetuação e aceitação de um modelo eternamente transitório. O investimento na área social é considerável, contudo, o que se observa é a diluição de resultado ao longo do processo que fragiliza, a sua eficácia deixando a extremidade onde se faz necessária as ações concretas, em eterno compasso de espera, apesar de a miséria estar em faixa baixíssima, entre os de faixa etária acima dos 46 anos (menor que 8%). Esta proteção decorre de uma institucionalização cronológica de vida social e funcional dos que podem e tem acesso à formalidade social, formação acadêmica, trabalho formal, desenvolvimento funcional, acesso a instituições e informações. Em que sua trajetória está diretamente vinculada ao mercado e instituições legitimadoras, advindo daí , o suporte a partir de sua saída do mercado e fazendo jus à aposentadoria de qualidade.

No outro extremo, vemos a miséria dos que se encontram distantes das condições ofertadas pelo estado, ausência ou frágil formação escolar, com presença do trabalho informal, inexistência de desenvolvimento funcional decorrente da informalidade, dificuldades de acesso às instituições de proteção do cidadão: judiciário, ouvidorias, redes de proteção, institutos, assistências etc. Observa-se que aqueles que detêm as forças produtivas e geram e acumulam capital, mesmo com a utilização do conjunto social, Office boys,  serviçais, vigias, secretárias, técnicos, profissionais de terceiro grau e especialistas, são os que , em primeira instância, recebem objetivamente os benefícios: saúde, mesmo que privada, educação de qualidade,  em escolas particulares, poder de bancar os custos, universidades públicas, precisam de disponibilidade de tempo, saneamento básico, pavimentação, energia, água tratada e o suporte das instituições legais, judiciário, trabalhista, legislativo.

Os aposentados de classe C,D e E, longe de serem assistidos pelo estado, são  socorridos por núcleos familiares e absolvidos socialmente, com suas  necessidades diluídas pela ausência do poder estatal. Todavia, por ínfima que seja a ajuda aos aposentados destas classes, (grande parte auferem salário mínimo), esta se soma à renda do núcleo familiar e mascara a miséria na terceira idade.          

A miséria e a pobreza, (Quadro V e VI), estão diretamente relacionadas com causas que perpassam os modelos históricos seculares, e nem por isso isenta o poder público e o estado, de implementarem ações que visem à equidade das diversas representações sociais. Entretanto, o que as causas históricas nos oferecem, também, nos traduzem que a hierarquização não quer dizer exatamente privação, tampouco negligência. Instiga a ação de caráter ético, em que pese direcionamento, para eliminação de distorções que configurem a concentração de oportunidades aos segmentos detentores do suporte social e sua proteção.

Para se entender o modelo excludente existente, faz-se necessária à implantação de atitudes que visem à migração dos grupos carentes - alimentação, saúde, educação, moradia, saneamento básico etc - para a categoria dos que tem acesso a essa rede de serviços. Dessa forma, poderemos entender, neste deslocamento, a melhoria ‘macro’ que virá na sua gênese e o alivio das pressões presentes que mantém o exemplo excludente, transformando redutos produtivos em redutos de investimentos assistencialistas sem retorno e com peso social difuso.

A migração deste modelo para uma maior equidade, far-se-á com políticas que visem a colocar todos no mesmo ponto de partida, guardadas as inequívocas peculiaridades, com substancial gama de possibilidades dentro de um contexto de realização para a integração e deslocamento de ações públicas para o gerenciamento e abertura de novas instâncias de produção e inclusão.    

A Guisa da Conclusão

As observações e atitudes concretas desenvolvidas, nos permitem, de forma criteriosa, e mesmo assim, passível de falhas pela própria dinâmica do ser humano e seus desdobramentos sócios culturais, compor um decálogo para efeito de reflexão e possível implementação de políticas públicas, envolvendo o fecundo e denso tecido social. Estas ações só não se definirão pela persistência de atitudes de carências de conhecimento e de vontade político social, entendendo a epistemologia de capital na extensão do mais completo e realizável o termo ‘capital social’, (‘Estudos recentes do Banco Mundial, incluindo 192 países, indicam que somente 16% do crescimento econômico se explicam pelo capital físico (máquinas e infra-estrutura); 20% pelos recursos naturais e 64% são atribuídos ao capital humano e social’.)[5], como forma racional de entender e desenvolver equidade entre seres, grupos sociais e suas representações, não fantasiosa e fantasmagórica, a perseguição da uniformização que descaracterizam e constroem estereótipos de massas teleguiadas.

1.      Os modelos históricos deverão ser avaliados nas suas especificidades, em detrimento da  uniformização fácil e reducionista, no processo de emancipação individualizada, pertinente e necessária ao modelo desenvolvimentista de cada grupo,  sob a necessidade de integração e construção de uma identidade de sustentabilidade baseada nos valores  a disposição do seu entorno. Este processo deve ser levado a cabo, por pessoas com qualificação, (investimentos racionais e não puramente modistas e assistencialistas em educação), e com disposição para análises, com rigor metodológicos, voltadas para as realidades em que estarão atuando. Assim, evitando a absorção de modelos universais que descaracterizam e desarmonizam as realidades específicas. Os modelos universais não deverão ser desprezados, contudo, avaliados no âmbito de seus benefícios e  melhorias que serão advindas de tais estudos. O local está diretamente agregado ao global.

2.      A cultura específica tem se revelado frágil diante do avassalador e massificante volume de informações e modelos colonialistas  que se aglutinam a cada instante. As vias mentais são bombardeadas, invariavelmente fraturando as estruturas psíquicas, e se consomem valores alienígenas ou deturpações de modelos próprios. Construções históricas sucumbem diante de modelos fáceis, plasticamente desejáveis e de valorização social impostas por veículos de doutrinação. Resgatar a identidade local, valorizar sem unilateralidade aspectos locais, construir modelos capazes de dar equidade ao local diante do universal. O local não pode ser dissociado do global. Despertar potenciais em seu entorno para a propagação de valores específicos, parece-me ser de salutar importância para se conter a homogeneização de modelos particulares impostos e libertar do desequilíbrio consumista, ou seja, enlatados, ensacados, conservantes, dissecados contidos pela baixa qualidade cultural e alimentar.  Vê-se a dissonância com corpos e mentes locais, e fuga de bases econômicas, materiais, culturais e intelectuais, corrompendo para que se desenvolva uma lacuna entre a destruição de uma identidade e a perfeita absorção de uma nova. Fazendo com que uma geração se esfacele diante desta construção, e uma nova precise de tempo para se afirmar, e quando da afirmação será subserviente da ‘master’.

3.      Os compromissos assumidos perante instâncias superiores, ou sejam, mercado internacional, acordos, tratados, investimentos externos,  devem ser discutidos com a sociedade civil envolvida, e o conhecimento (e/ou informação), deve ser acessível para  posicionamentos e posturas de responsabilidades, que visem à preservação da sociedade futura e que garantam a sustentabilidade e preservação de seu meio ambiente. A informação, (conhecimento), revela-se em  ser o maior bem que a atual sociedade possa conter e com isso construir uma sociedade mais justa e com menores distorções.

4.      O homem está , de forma indissociável, integrado ao meio ambiente,  portanto, sua análise deve conter  suas relações com o espaço. A sua sobrevivência  deve conter elementos não só de expropriação como de conservação, sustentabilidade, conhecimento e manuseio de forma racional das forças produtivas. Existem elementos que podem e devem ser ‘cultivados’ como fator de desenvolvimento e potencialização de melhoria da qualidade de vida e de política agro-alimentar , fundamentada em análises e estudos das reais potencialidades de áreas e seus afins. Entendemos que importar alimentos de regiões e cultivos, alheias à realidade, comprometem e comprimem a produção alimentar e econômica, na medida em que, inibindo o desenvolvimento de técnicas e tecnologias próprias,  eliminam-se as forças produtivas e desequilibram o desenvolvimento real, fomentam a existência de mão-de-obra ociosa e desqualificada, existindo apenas para consumir. Elementos alheios não contemplam às necessidades alimentares específicas, pois estudos não são objetivados, qualificações do consumidor são relevadas pela capacidade de consumo ‘per capita’ e conquista pura e simples de mercado.

5.      Por cada região deter um conjunto de elementos que o caracterizam como especificas, as vocações deverão ser potencializadas, todavia, com possibilidades de  aglutinação de novos valores, advindos de desenvolvimento de técnicas e tecnologias . Estas vocações são diferenciais entre o local e o global, carreando um poder de barganha singular que, se utilizado  de forma positiva, implementará uma eqüidade entre os extremos da pirâmide.

6.      Periodicamente, as ‘Entidades’, formadoras de profissionais, lançam para a sociedade, cidadãos  formatados para empreenderem respostas para as necessidades da sociedade. Os focos de suas ações vêm carregados de necessidades, que, por vezes, não contemplam as suas origens. Assim , submissas a modelos universais de necessidades, vê-se a cultura local perder o foco,  na medida em que tem a sua constituição distorcida pela construção macro das respostas, que precisam oferecer para a integração, retorno profissional e econômico para a consolidação do papel social. As ideologias assistencialistas.

O artigo publicado pela ‘UNPD “– Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,  em 10 de julho de 2001, sob o titulo;” Fuga de cérebros custa milhares de  milhão aos países em desenvolvimento’,   revela  o quadro das perdas pós-construção e potencialização de pessoas, que após investimento na sua construção científica, migram de suas origens, carregando uma gama de valores e modelos culturais que esperavam na sua especialização e retornam para o desenvolvimento de seu entorno. Podemos avaliar não só uma estratégia para absolver estes profissionais, em seu entorno, e a construção de seu caminho de volta revelam a fragilidade de seus laços. Devemos implementar alternativas para a reconquista destes profissionais, que no embates com outras culturas, apesar de professar a linguagem ‘cosmopolita’ da necessidade, teriam menor impacto em suas raízes culturais, sem desprezar a necessidade de uma integração ampla e universal “. Os frutos seriam mais bem colhidos e melhor distribuídos em terras próprias. Fica clara a necessidade de ações de caráter inter e multidisciplinar, para efetivas construções de uma maior dinâmica para a efetivação de ações que demandem soluções. A redução das vaidades pessoais e setoriais fará muito bem ao tecido social que se constituirá de uma maior variedade homogeneizada pela permeabilidade do conhecimento totalizante. Deste modo, preservar esses modelos construídos, em suas origens, seriam ao menos necessário para o desenvolvimento de ações especificas, que fomentariam e dariam um avanço nas demandas reprimidas de desenvolvimento local”.

7.      Os representantes do poder público são levados a agirem por vias subjetivas às necessidades que se apresentam como prioritárias às comunidades. A ausência de  políticas públicas que contemplem as reais necessidades e potencialidades da comunidade se revela um entrave ao ‘desenvolvimento sustentável’. Passa-se a cultivar um modelo de assistencialismo predador do potencial econômico, cultural e intelectual. Assim, as necessidades básicas se revertem em fragilidades sociais, de infra-estrutura alimentar e de débil possibilidades para uma integração equilibrada com a ordem econômica universal exigida pelo tempo. A equipe administrativa fomenta modelos conservadores de assistencialismo como forma de se perpetuar no poder.

8.      A busca de soluções passa pela postura de equilíbrio entre os que buscam soluções e os que necessitam destas mesmas soluções. A intervenção dos letrados deve ser cuidadosa para não desenvolverem atitudes de desequilíbrio relacional dificultando o entendimento e a interação para implementação de ações  necessárias. A preparação para a intervenção é tão importante quanto os resultados esperados, pois a aceitação é decisiva para a absorção de novas maneira de entender, se posicionar, fazer opção e assumir posturas  que envolvam amadurecimento e efetivação de  projetos viáveis.

9.      As ações empreendidas devem ter caráter de emancipação do indivíduo ‘natural’ preservando as características inerentes a cada caso. Esta preservação deve levar a possibilidade de agregar novos valores, de forma a somar e não a substituir nem impor uma nova ordem ao existente. A relação entre o ‘encontrado’ e o  que deve ser construído, deve levar em consideração toda a gama do conjunto cultural edificado ao longo do tempo. Neste sentido, o desenvolvimento das potencialidades locais revigora e sedimenta o ‘lócus’.

10.  Os avanços empreendidos entre o que se concebe e o que se pretende ,como forma de elaborar uma equidade entre os diversos segmentos sociais passa  obrigatoriamente por entender ‘as possibilidades’ , isto como modelo da própria ação natural e social que sempre reserva  alternativas para dificuldades existentes e pré-existentes, se as desigualdades existem e por que pode ser resolvida. Assim entra em cena o papel dos atores sociais em interpretar estas possibilidades e assumir responsavelmente este desafio: a luz da ribalta e efêmera para os atores e eterna para o palco;

(...) as ações sociais não deverão se restringir a profissionais específicos. Deve-se desenvolver atuação inter e multidisciplinar, distante das manifestações de conhecimento ‘local, deverão reconhecer, incentivar e cultivar o saber local. O meio ambiente longe de ser um obstáculo, revela-se parceiro e sintomático das ações empreendidas e sustentáveis para garantir o porvir mais seguro. A redução dos desequilíbrios sociais e materiais se configuram como o maior desafio, pois implicam em abdicar uma postura de hierarquização, material e mental, e aproximar-se das bases de sustentação que mantém a funcionalidade dos sistemas. Com  isso fica difusa a idéia de poder e liderança para revelar a equidade entre sociedades e pessoas que são coadjuvantes de um mesmo espetáculo apresentado no palco da ‘aldeia global’. O desafio da exclusão e da erradicação da pobreza requer a participação de todos, pois, cada segmento deve participar com o que o próprio meio forneceu para constituir-se. Se ‘pensante’, pensar para o todo, e não para segmentos conservadores e concentradores. Neste sentido, devem-se desenvolver atitudes de integração e de equilíbrio material e de possibilidade de acesso aos mais diversos serviços e oportunidades. Se executante, constituir-se racionalmente na extensão dos pensantes como forma de realizar as idéias. Configurar atitudes concretas e duradouras como forma de alterar as dissonantes construções excludentes, até então vigentes,  e reveladas num quadro de miserabilidade crescente ,apesar  do grande desenvolvimento concentrador. ‘O  palco é imenso e comporta sob a mesma luz 6 bilhões de atores em equidade, muito além das construções sócio econômico e ideológicas que se possa conceber’.                                                                              

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NOTAS

[1] Péricles Luiz Pimentel Calafange, (agosto 2002) Graduando em Ciências Sociais, pela UFAL Universidade Federal de Alagoas, Brasil, atua em trabalhos de extensão voltado para a sustentabilidade rural, pintor, artista plástico e poeta, E-mail periclescalafange@ig.com.br

[2] Malinowski, Bronislaw: Uma Teoria Cientifica da Cultura. Edhasa, Barcelona.1970,98,101,102

[3] Segundo dados divulgados pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicada, hoje no Brasil são 23 milhões de brasileiros  definidos como estado de indigência ou miséria. No mesmo histórico revela que 25 anos atrás, constituíam cerca de 17% da população, índices recentes informa ser este grupo cerca de 14,5%. 

[4] Pobreza identificada como grupo de pessoas cuja renda não é suficiente para a manutenção mínima de sobrevivência, (apesar de auferirem algum rendimento cujo valor não esta compatível com a manutenção mínima de educação, moradia, transporte, vestuário e alimentação).

[5] Projeto de Cooperação Técnica - INCRA/IICA – assessoria ao processo de desenvolvimento Local (versão preliminar) RN 1999

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