La gestión del turismo y sus problemáticas desde visiones sociales
La gestión del turismo y sus problemáticas desde visiones sociales
Jorge Amado y el Turismo Cultural en Ilhéus.
Profa. Silvia Chimenti,
Laboratório de Turismo da Faculdade SENAC de Turismo e Hoteleria
de Águas de São Pedro - SP, Brasil.
E-mail: sichimenti@uol.com.br
"Jorge Amado e o Turismo Cultural em Ilhéus"
Trabalho elaborado para apresentação no "II Encuentro Regional de Turismo Cultural", em Jujuy - Argentina.
São Paulo
2002
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1. Introdução
O patrimônio histórico de Ilhéus, Bahia, está intimamente ligado à vida e obra do autor mundialmente conhecido, Jorge Amado. Por meio dos romances que integram o chamado "ciclo do cacau", pessoas de diversos lugares do globo têm uma introdução sobre a região cacaueira, a vida, os costumes e tradições do hospitaleiro povo baiano. Por meio dos livros e adaptações, como novelas e filmes, turistas de várias localidades interessam-se em visitar Ilhéus e conhecer de perto os cenário e a vida do povo que fez a história e faz parte do imaginário ficcional do escritor.
Muito da Ilhéus descrita por Amado permanece na paisagem urbana e rural da atualidade e é freqüentemente procurada pelos turistas.
O patrimônio edificado, constituído fundamentalmente nas décadas de vinte e trinta do século passado, é o núcleo dessa visitação; assim sendo e por guardar em si a memória desse povo, é necessário que haja um estudo aprofundado sobre o mesmo e sua preservação.
Estando esses monumentos fortemente ligados ao fenômeno social do turismo, é preciso também que haja um estudo sobre o assunto, identificando seu surgimento e desenvolvimento local, bem como os fatores que influem direta ou indiretamente sobre o mesmo.
No presente trabalho, portanto, pretende-se expor e analisar os dados que constituem a base para a construção de um histórico do turismo em Ilhéus.
É importante ressaltar que foi encontrado pouco material bibliográfico
sobre o turismo e a história de Ilhéus. Muito do que será discutido tem
como alicerce o período no qual morei na cidade, trabalhando direta e
indiretamente com visitantes, e em entrevistas realizadas no local com
integrantes do trade turístico, figuras importantes e turistas.
2. Um Histórico do Turismo em Ilhéus
A economia cacaueira proporcionou à cidade de Ilhéus um grande desenvolvimento. Pode-se dizer que praticamente todo o centro histórico foi edificado no início do século passado, auge da cacauicultura. O requinte e o luxo proporcionado pela riqueza dos "coronéis do cacau" foi comparado na época ao do Rio de Janeiro.
Nesse período, quando o antigo porto da cidade funcionava a pleno vapor; navios de exportação traziam as mercadorias da capital e levavam o fruto de ouro[1]. Nessas embarcações, além de produtos, havia viajantes a trabalho e alguns a passeio, os quais desembarcavam em Ilhéus para ver a família e conhecer a "Princesa do Sul"[2], "Princesinha do Sul"[3] ou "Rainha do sul"[4], como era chamada. Foi um tempo de grande intercâmbio cultural, com aventureiros do Brasil e da Europa que faziam a diversão dos que detinham o poder financeiro. Cabarés, cassinos e clubes noturnos faziam parte das atrações locais[5]. Nesses estabelecimentos, como o Cabaré Bataclan e os bares da cidade, como o Vesúvio, o movimento era grande, tanto de moradores como pessoas de passagem pela cidade.
"Bar era bom negócio em Ilhéus, melhor só mesmo cabaré. Terra de muito movimento, de gente chegando atraída pela fama e riqueza, multidão de caixeiros-viajantes enchendo as ruas, muita gente de passagem..."[6]
Apesar do grande trânsito de pessoas em Ilhéus, e de alguns moradores já relatarem a prática do turismo nesse período[7], não se pode ainda falar em turismo para o local. Ilhéus era conhecida como a cidade do cacau, voltada para a exportação do fruto e para os negócios relacionados a ele. Além disso, apesar do aparecimento do descanso semanal remunerado na década de trinta e de uma rápida conscientização do direito ao descanso e ao lazer, em Ilhéus ainda ocorria uma espécie de semi-escravidão, com trabalhadores que chegavam do norte e nordeste do país, atraídos pelo dinheiro e deparavam-se com a realidade do trabalho duro e remuneração miserável. Esse quadro é retratado com nitidez nos romances de Jorge Amado e recordado com pesar pelos moradores mais antigos[8].
Do início do século até a década de sessenta, nada se comenta a respeito de turismo. Sabe-se que a produção cacaueira em Ilhéus oscilou muito nesse período, mas sempre ocupou lugar de destaque na economia mundial no que se refere ao cacau. A cidade progrediu muito, consolidando-se como importante porto de exportação, sendo esta, entretanto, sua maior dificuldade, pois a entrada da barra que dá acesso ao antigo porto sofre até hoje um grave problema de assoreamento, o que ocasionou, na década de quarenta, o início da construção de um novo porto, no bairro do Malhado; este teve sua primeira atracação oficial somente em 1971[9].
Devido ao movimento portuário, o crescimento, luxo, requinte e fama de Ilhéus certamente se espalharam pelo mundo, instigando a curiosidade de muitas pessoas, mas o turismo, ainda incipiente no Brasil, existia na cidade em pouquíssima quantidade. As vias de acesso e transporte no país ainda eram precários, bem como a infra-estrutura hoteleira e de serviços. O aeroporto da cidade data de 1939 e permanece com a mesma estrutura até os dias atuais, porém as viagens aéreas eram poucas e para poucos. Somente a partir da década de oitenta é que os vôos ficaram mais freqüentes.
Outro fator que contribuiu para a divulgação da cidade foi o sucesso dos livros de Jorge Amado. Desde 1935 Amado tem as histórias que compõem o ciclo do cacau traduzidas para várias línguas. Na década de cinqüenta, "São Jorge dos Ilhéus" é traduzido para dezesseis idiomas[10]. Em 1956 é lançado "Gabriela, Cravo e Canela", romance que ficou mundialmente conhecido e foi traduzido para trinta e dois idiomas, destes, vinte e três foram na década de setenta[11].
A amplitude das obras do autor deu ao mundo uma visão do que era a Ilhéus do início do século e certamente ajudou a construir o imaginário que mais tarde seria o alicerce do turismo local.
Em 1958, a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros descreve os aspectos históricos, geográficos, culturais e urbanos de Ilhéus. Nessa descrição estão incluídas as atrações turísticas da cidade[12], justificando portanto a existência de tal prática no local. Não há, no entanto, nenhuma referência à quantidade de visitantes na cidade, procedência ou perfil dos mesmos, nem tampouco dados sobre os serviços oferecidos ou a qualidade destes.
Deve-se considerar também que tal enciclopédia tem como objetivo a descrição de todos os municípios brasileiros até aquela data e, pesquisando outras localidades, nota-se uma padronização dos itens a serem analisados, o que sugere talvez uma discrepância com a realidade. Talvez realmente não houvesse turismo em Ilhéus em 1958, mas os pesquisadores que coletaram os dados para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, podem ter selecionado as atrações de suposto interesse turístico levando-se em conta o seu próprio julgamento.
Na década de sessenta começa-se a ver um esboço de turismo na cidade. Em 1964 é lançada uma coluna semanal sobre turismo no "Diário da Tarde", a qual foi publicada por dois anos, nem sempre com notícias verídicas, mas sempre divulgando a cidade.[13] Em 1965 foi lançado o "Guia Turístico do Cacau", ...
"... que alcançou a mais ampla repercussão em todo o Estado como um valioso subsídio para o conhecimento da região cacaueira baiana e o estudo dos seus mais importantes problemas."[14]
Esse livro não foi encontrado para pesquisa, mas supõe-se, pela descrição, que se trata primordialmente de um guia para os produtores ou investidores da região, podendo ser utilizado por "turistas", mas não sendo destinado a eles.
Em 1961 a TV Tupi televisionou "Gabriela"[15], uma adaptação de "Gabriela, Cravo e Canela", mas o sucesso da novela não pode ser comparado ao da mesma adaptação feita pela Rede Globo em 1975[16], que teve no papel principal Sônia Braga, atriz que também contracenou com o ator italiano Marcello Mastroianni no filme de mesmo nome, e que estereotipou a figura da beleza feminina nordestina brasileira[17].
No material solicitado e gentilmente fornecido pela Rede Globo para a pesquisa sobre Ilhéus, verificou-se a padronização do imaginário brasileiro do que seria a mulher bonita típica da região nordestina. Esse padrão teria origem na figura de Sônia Braga, personificando Gabriela, e posteriormente seria seguido por outras personagens do escritor, como Tieta e Tereza Batista. É interessante verificar que a figura da mulher forte, fogosa, um tanto selvagem e exótica é o modelo adotado não só pelo brasileiro, mas também como produto de venda turística ao exterior. Esse fato pode ser comprovado na publicidade da Bahiatursa[18] e da EMBRATUR[19], que nos eventos internos e externos explicitam essas características por meio de pôsteres, filmes e até figurantes fantasiadas como baianas e "Gabrielas", deixando bem claro que essa é a alegoria que identifica a beleza do nordeste.
A novela da década de setenta, segundo o historiador Arléo Barbosa, "chamou a atenção dos adeptos desse tipo de entretenimento do Brasil para Ilhéus"[20]. A cidade passou a ser procurada por curiosos instigados pelo imaginário ficcional criado pela adaptação e a população local notou essa diferença. Prova disso é que todos os entrevistados comentaram o aumento do turismo na época da novela[21].
Algumas reportagens também comentam a prática do turismo em Ilhéus nesse período.
"Turistas e mais turistas lotam aquele "night-club".[22]
"... A região de Ilhéus experimentou um desenvolvimento turístico considerável, principalmente no período após a projeção da novela "Gabriela, Cravo e Canela". Hoje, Ilhéus está sendo visitada até na baixa-estação, com excursões de turistas vindos de todas as partes do Brasil ..."[23]
"A cidade tem bons hotéis, (...) Tem ainda as boates (...). Vê-se diariamente em Ilhéus pessoas tirando fotografias na porta do antigo Bataclan (que fechou em 27), no bar do Nacib, Igreja de São Jorge, o padroeiro da cidade, que representam o passado."[24]
Por meio das reportagens, nota-se um princípio de desenvolvimento do setor turístico. O jornal "O Globo" faz todo um descritivo de Ilhéus, com a história local, os personagens marcantes e a infra-estrutura, divulgando inclusive o valor das diárias oferecidas pelos hotéis da região.
Comentando ainda sobre a década de setenta, Maria Palma Andrade especifica que Ilhéus teve "o crescimento da população, o desenvolvimento econômico diversificado e a projeção turística"[25] a partir de 1970.
Na década de setenta, segundo Barão Poppof[26], a Rota Turismo levava turistas de Salvador para conhecer Ilhéus, fazendo o agenciamento por meio do Sr. Lago[27], mas provavelmente a quantidade de visitantes não seja significante para registro.
Embora haja uma concordância de alguns sobre o turismo na cidade a partir da década de setenta, não foram encontradas outras referências a essa prática na bibliografia consultada sobre esse período.
O desenvolvimento da atividade turística na cidade ocorre sobretudo devido ao declínio da economia cacaueira, na década de oitenta e início da de noventa. O capital que era empregado na lavoura migra para os serviços turísticos e a conseqüência é uma considerável ampliação da infra-estrutura relacionada ao setor, principalmente dos equipamentos de hospedagem.[28]
A posição privilegiada de Ilhéus, a natureza tropical e os acessos à cidade, rodoviário, aéreo e marítimo, cuja execução foi propiciada pela economia cacaueira, facilitaram o desenvolvimento da atividade turística. A cidade, antes do incremento do turismo, era utilizada como lazer para os turistas provenientes da região nos finais de semana, os quais mantinham casas de veraneio. De um modo geral, os proprietários das segundas residências eram fazendeiros que utilizavam o local para descanso da família; hoje tais casas são alugadas para turistas em férias e feriados prolongados; fato que também demonstra a importância da atividade turística na região atualmente.
No final da década de oitenta e começo da posterior, nota-se que o início da formação de uma "mentalidade turística", embora ainda não aprimorada até hoje; prova disso é a criação da Ilheustur[29], da ATIL[30] e do CITUR[31], nesse período.
Segundo Andrade, a rede hoteleira expandiu-se expressivamente entre 1986 e 1996, bem como houve uma mudança na mentalidade da administração municipal, procurando diversificar a economia do município e voltando-se para o turismo.[32]
Nessa mesma época, entre oitenta e noventa, o nome "Gabriela" e outros relacionados a Jorge Amado expandiram-se em apropriações por toda a região. Bares, restaurantes, lanchonetes, lojas, agências de turismo, pousadas entre outros estabelecimentos, aproveitaram a publicidade gratuita fornecida pelo escritor e suas obras, e nomearam seus empreendimentos para se aproveitar do turismo emergente.[33]
Na década de noventa temos a consolidação de Ilhéus como cidade turística. Desde 1990 são encontrados vários artigos abordando o turismo na cidade, o roteiro cultural e, por vezes, sua relação com Jorge Amado.
"... um de seus pontos turísticos, já que o Bataclã e o Bar Vesúvio (do turco Nacib) se tornaram famosos desde que entraram para o livro de Jorge Amado e, mais ainda, depois que viraram cenários da novela da Globo, levando gente de todo o Brasil para vê-los de perto."[34]
"... campanha pela restauração do bordel Bataclã (...) o velho casarão das histórias mirabolantes e excitantes do velho Jorge é a lembrança de um passado de opulência e rebuliço na sociedade ilheense que, junto com o Bar Vesúvio, é uma das maiores atrações turísticas da cidade."[35]
Em 1992, algumas reportagens são feitas em pólos emissores, como Rio de Janeiro e Brasília, com o intuito de promover o turismo em Ilhéus. A vocação da cidade para o turismo cultural vinculado à figura de Jorge Amado constitui-se na base dos artigos.
"A época é excelente para um roteiro cultural e de lazer, incluindo os eventos programados e também passeios a pé pela cidade. Pois por toda Ilhéus é possível descobrir a presença de Jorge Amado, através de locais e pessoas que inspiraram suas obras,..."[36]
Na mesma reportagem encontramos a citação de cinco agências de turismo na cidade, o que demonstra o crescimento do setor.
Em pesquisa na Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador, foi encontrada uma reportagem em uma revista denominada "A Revista do Econômico". Em meio à descrição da cidade, da saída da crise através do turismo e da figura de Jorge Amado, o artigo comenta a "sofisticada infra-estrutura hoteleira" e a "vocação turística" do local.[37]
Percebe-se que já nesse período a cidade contava com vários meios de hospedagem, embora não se tenham muitos relatos sobre a qualidade dos serviços oferecidos, tampouco dos equipamentos de restauração ou áreas de lazer na cidade; estas últimas constituindo-se ainda hoje como um dos principais problemas para a população local e por conseqüência para o turista, uma vez que o turismo se apropria das áreas de lazer da cidade.[38]
Na reportagem de Brasília, por exemplo, encontra-se uma definição curiosa sobre o turismo na cidade:
"... a terra que inspirou as aventuras de Gabriela ainda explora pouco este turismo literário-televisivo, serve seus visitantes com poucas informações, mas ainda atrai muita gente."[39]
O termo empregado, turismo literário-televisivo, pode parecer estranho, pois não aparece em nenhum livro teórico sobre o assunto, porém, considerando a particularidade da cidade, pode-se considerar que foi bem empregado. Ilhéus possui uma situação impar em relação a outras cidades brasileiras, pode-se dizer que é a única a possuir um centro histórico temático, pois é em função de Jorge Amado que a cidade se desenvolveu turisticamente e boa parte do patrimônio edificado da cidade é conhecido por meio das obras do escritor e suas adaptações, ou figuram da mesma época e, portanto compõem o cenário de seus romances, constituindo-se em atrativos histórico-culturais "temáticos".
É relevante ressaltar a cultura de massa, no caso o meio televisivo, e o imaginário provocado por Amado, como geradores de bens patrimoniais vinculados à cultura local, passíveis de exploração turística.
No final de 1994 e início de 1995, foi escrita uma série de artigos a respeito da restauração do Bataclan, importante patrimônio que guarda a memória da época áurea de Ilhéus, e cuja recuperação está intimamente ligada à atração do turista na cidade[40]. Em todas as reportagens o turismo é visto como um dos setores de maior crescimento e até mesmo como possível saída para a crise econômica que se configura. Apontam também para alguns dos problemas que a cidade enfrenta com o despreparo e imaturidade no campo.
"Com a falta de uma economia estabelecida, a saída dos ilheenses é mesmo o turismo. Esse com grandes potenciais, podendo se tornar um dos mais importantes pólos turísticos do país. Mas pouco se faz para alcançar essa meta. A cada ano aumenta o número de turistas que visitam a terra, atraídos por sua Natureza e principalmente pelas obras de Jorge Amado."[41]
"Com o aumento gradativo do número de turistas em Ilhéus, empresários e o poder público estão convencidos que a recuperação e a exploração do Bataclan como equipamento de lazer são um dos pontos decisivos à consolidação de Ilhéus como um centro internacional de turismo..."[42]
O reconhecimento de Jorge Amado, suas obras e personagens, como a principal fonte de divulgação da cidade, nacional e internacionalmente, e o desespero devido à queda da economia local, levou a prefeitura a solicitar ao escritor uma autorização para a utilização de seu nome e imagem em campanha publicitária institucional, vinculada ao turismo[43]. Amado consente e Ilhéus assume definitivamente sua profunda ligação com o autor.
No ano seguinte, 1996, Almeida comenta a expansão do turismo e a divulgação da cidade no exterior.
"A literatura universal de Jorge Amado e Adonias Filho, por sua vez, contribuiu de forma significativa para atrair turistas estrangeiros desejosos de conhecer de perto a cidade dos autores de Terras do Sem fim, da Gabriela, As Velhas, O Forte. (...) Hoje, quando vejo o turismo explodindo em Ilhéus..."[44]
Além de Amado, Adonias Filho também é considerado escritor de importância para a divulgação e propagação da cultura de Ilhéus, por meio de seus romances, peças teatrais e publicações em periódicos.
"... nossa cidade tem um futuro turístico garantido. E não é tão somente pela obra de ficção de Jorge Amado que, em elegendo ilhéus como sua terra do coração, a ela dedicou as suas melhores páginas literárias que correm o mundo, despertando o entusiasmo de europeus, asiáticos, africanos, etc. (...) a cidade abarrotada de turistas de várias origens..."[45]
Nota-se aqui um certo exagero adotado pelo escritor, quando comenta que o turismo "explode" em Ilhéus ou que a cidade está "abarrotada de turistas". Deve-se considerar que talvez os moradores sintam com certa estranheza a presença de uma maior quantidade de visitantes, certamente devido à divulgação de Amado, mas também ao considerável aumento do número leitos na cidade, assim como uma maior facilidade nos meios de transporte. Talvez, até a data, não se tenha visto tantos turistas, mas isso não significa que a cidade encontrava-se lotada ou acima de sua capacidade.
Lindaura Kruschewsky[46] comentou em sua entrevista que o maior fluxo de turistas, em sua opinião, foi em 1997, com a atracação dos navios de turismo, o que descarta a possibilidade da cidade estar repleta de turistas de cruzeiros em 1996. Barão Poppof, por sua vez, afirmou que a cidade teve uma grande visitação na época da novela Renascer, entre 1993 e 1994[47].
Deve-se, portanto, contar com a possibilidade de termos o aumento do número de turistas nesse período devido ao sucesso da novela da Rede Globo, pois a motivação pode ter sido causada um ou dois anos antes da viabilidade da viagem.
A respeito da divulgação da cidade em novelas, Hélio Pólvora[48] comentou que "a imagem é muito poderosa, é mais poderosa do que as palavras... vê-se muito mais do que se lê". É relevante comentar que, conversando com turistas, nota-se que vários assistiram às novelas da Rede Globo e sentiram-se motivados a visitar Ilhéus, porém, boa parte também já teria lido algum livro de Jorge Amado, sensibilizando-se a respeito da cidade também por meio das obras.
A televisão, como meio de comunicação de massa, atinge um grande número de pessoas e tem forte influência sobre a decisão dos indivíduos. Deve-se levar em conta que a TV dita a moda, levando os telespectadores, por exemplo, a visitarem esta ou aquela localidade porque os "olimpianos"[49] as elegeram. O mesmo ocorre em Ilhéus por meio das novelas; os turistas têm interesse em visitar a fazenda de cacau onde foi gravada parte das cenas de "Renascer", pelo simples fato de relembrarem as cenas com os atores Antonio Fagundes ou Marcos Palmeira.
Da mesma forma, atualmente, uma das curiosidades do turista que visita Ilhéus é a cidade cenográfica de "Porto dos Milagres", novela exibida em 2001. Parte do cenário da novela foi construído na Ilha de Comandatuba, onde se localiza o Hotel Transamérica Resort, no município de Una, vizinho a Ilhéus.
No final de 1998 foi feita outra série de reportagens a respeito da recuperação do Bataclan[50], nestas já aparecia a participação da Ilheustur, Empresa de Turismo de Ilhéus. Embora as tentativas de restauro do bem tenham sido várias, somente em 2001 é que se deu a reconstrução[51] da fachada, realizada pelo poder público.
O Bataclan, que inicialmente pertencia à família Lage, foi doado para a prefeitura[52]. O poder público, sem verbas para a recuperação do patrimônio, arrendou-o por licitação em 1998, mas a concessão foi retirada pois o empresário não cumpriu o estabelecido no contrato e o bem continuou em precárias condições. Posteriormente, entre 2000 e 2001, a prefeitura abriu novamente licitação para o arrendamento do imóvel, para que fosse restaurado e explorado com fins turístico-culturais. Esta última tentativa não surtiu efeito, pois nenhum empreendedor manifestou interesse; talvez pelo alto valor que teria que ser despendido na recuperação, por uma completa falta de visão turística ou por uma junção os dois.
Analisando esse único monumento, pode-se perceber a falta de uma mentalidade voltada para o turismo na cidade. Este fato deve-se ao caráter individualista e conservador de uma população fundamentada no coronelismo. Ainda hoje se pode perceber essa característica enraizada nos moradores, principalmente nas famílias tradicionais, cujos avós e os pais destes tomaram a terra com suas próprias mãos, ou por meio das matanças de seus jagunços, como bem retrata Jorge Amado nos romances que compõem o ciclo do cacau.
A ligação de Amado com a história, o turismo de Ilhéus e a publicidade dele advinda, são de consenso de praticamente todos: poder público, população e turistas[53].
"Quem vem a Ilhéus quer seguir os passos de Jorge Amado, quer visitar a sua Casa, quer beber e comer no bar onde Nacib e Gabriela se conheceram e se engafinharam em brioso corpo-a-corpo (...) Ninguém fez mais propaganda de Ilhéus como Jorge Amado em seus romances, sobretudo em Gabriela, Cravo e Canela, e é justamente a sua personagem emblemática, símbolo de Ilhéus, que atrai a maior parte dos visitantes."[54]
Um dos problemas identificados no turismo da cidade atualmente, é o amadorismo que ainda predomina com relação ao setor, que cresceu desordenadamente, sem planejamento ou estratégias para seu desenvolvimento. O resultado é o grande crescimento da rede de hospedagem em contraposição à pequena oferta de equipamentos culturais e de lazer, bem como a infra-estrutura suporte necessária.
A infra-estrutura dos meios de hospedagem atende às necessidades da demanda, mas a qualidade dos serviços oferecidos, na maior parte das vezes, deixa muito a desejar. Faltam bons equipamentos de restauração, áreas de lazer, recreação para a população e vida noturna.
Os cursos de qualificação oferecidos à região não atendem às expectativas e os poucos que existem não têm procura devido à arrogância e prepotência dos empreendedores[55], pois crêem serem senhores da verdade e não necessitarem de treinamento. O problema não está nos funcionários, e sim nos empresários. Antes de serem realizados cursos especializados para os primeiros, dever-se-ia conscientizar a todos sobre o turismo em sua totalidade, para um melhor entendimento do setor, tomando-se como exemplo localidades bem desenvolvidas turisticamente, como a Europa; não obstante se deva levar em conta as distinções entre ambas.
Embora Ilhéus seja vista como um dos principais pólos turísticos da Bahia, e de ser considerada produto de exportação, justamente devido a Amado, suas obras e adaptações, pouco se faz com recursos do Estado para o incremento do turismo na região. Uma das principais queixas do governo municipal é a nítida predileção pela capital no que se refere à destinação das verbas.
Apesar da preferência, foi aprovada recentemente mais uma fase do Projeto Quarteirão Jorge Amado. Este, lançado em agosto de 2000[56], consiste em requalificar a área central, física e culturalmente[57], definida em dois roteiros culturais: Cravo e Canela, onde estão os principais monumentos descritos nas obras do escritor e onde é nítida a memória da época de maior desenvolvimento da cidade. A ironia é que só houve a aprovação da verba, proveniente do PRODETUR 2[58] e do BID[59], por motivos políticos, e não pelo reconhecimento de sua importância[60].
Em 2001 foi elaborado o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Município, com ações a serem realizadas até 2004. Analisando o planejamento, verifica-se a subjetividade com a qual foi elaborado, abrindo espaço para várias interpretações e conseqüentemente dificultando na efetiva execução do que deve realmente ser feito. Mais uma vez nota-se o amadorismo com que o tema é tratado.
Em 2002 foi elaborado o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Ilhéus, cujo acesso foi permitido por meio do Relatório Final que seria apresentado à Câmara para aprovação. Até o momento não se tem notícia da aprovação do plano, mas as metas propostas no mesmo pouco interferem diretamente no turismo da cidade. O plano propõe ações ligadas à parte física-estrutural de toda área urbana, o que, indiretamente, afetaria o turismo.
No Plano Diretor o zoneamento do centro foi dividido em categorias: de preservação, conservação e uso sustentável, sendo que o centro histórico estaria inserido nesta última categoria, devendo, entretanto, ser estudado à parte para qualquer intervenção, num planejamento específico proposto pela equipe.
O capítulo 5.4.3.4 do Plano Diretor[61] é o único voltado diretamente para o turismo; trata dos Equipamentos Culturais, de Lazer, Recreação e Turismo. Nele, a equipe aponta a falta de estrutura e oferta no setor para o turista, mas principalmente para a população local, assim como a baixa qualidade dos serviços oferecidos. O Plano aponta várias ações para a solução dos problemas encontrados tomando-se como base primeiramente o cidadão.
O conceito de preservação do patrimônio histórico também está presente no plano, embora a equipe sugira que se elabore um planejamento específico com esse fim, dada a importância e complexidade do assunto.
3. Considerações Finais
Apesar da falta de entendimento do que é turismo e como funciona, parece que começa a se formar uma consciência sobre o assunto em Ilhéus.
Para uma cidade fundamentada na cultura do cacau, transferir toda sua economia para outro setor, seja ele qual for, é utópico e ilógico. A crise existe e é real, mas dedicar-se ao turismo com exclusividade é incerto e até perigoso. O turismo deveria ser para Ilhéus uma das fontes de renda emergente para, paulatinamente, conforme sua consolidação, ser transformado no alicerce econômico da cidade.
O turista que visita Ilhéus tem como objetivo o descanso e o lazer; procura primordialmente a praia e hospeda-se aproximadamente por uma semana nas praias do litoral sul. Tamanho é o fluxo de turistas na alta temporada, que o novo Plano Diretor prevê a construção de mais uma ponte ligando as praias do sul com o centro.
As pesquisas realizadas com os turistas em janeiro de 2002, revelaram também a opinião sobre a cidade. O visitante alega que Ilhéus está suja, os monumentos mal cuidados, as ruas esburacadas, há falta de sinalização e orientação turística; poucos equipamentos de restauração, lazer, recreação e vida noturna. Além disso, embora o povo seja hospitaleiro, há uma completa falta de treinamento, o que ocasiona um mau atendimento nos estabelecimentos comerciais.
Sabe-se que os problemas políticos constituem-se em graves entraves para o desenvolvimento da cidade, principalmente do turismo. Governantes e empresários lutam entre si com objetivos muitas vezes difusos, pelo simples fato de estarem em lados opostos.
Um exemplo de como a luta de facções atrapalha o progresso local é a região do antigo porto. Hoje o local, que tem um grande potencial turístico, encontra-se abandonado e é fruto de brigas constantes entre a prefeitura e a CODEBA[62], que tem a concessão da região, que pertence à União. A CODEBA alega que só cede o espaço por arrendamento, mas não faz melhorias. A prefeitura quer a doação do local para desenvolver atividades sócio-culturais e, por conseqüência, turísticas. Segundo o Sr. Gerson Marques, a CODEBA deve impostos à prefeitura e é nesse ponto que as negociações caminharão. Enquanto o impasse não se resolve, a população e os turistas continuam sem áreas de lazer.
Outro problema identificado em Ilhéus, com relação ao turismo, é a falta de divulgação da cidade nos pólos emissores e eventos. Supostamente há falta de verbas, mas acredita-se que haja também uma má organização do setor (público e privado) nesse sentido. O Centro de Convenções Luiz Eduardo Magalhães, por exemplo, tem pouquíssimos eventos agendados e é um dos mais novos e equipados do Brasil.
Não adianta Ilhéus esperar pelas novelas da Rede Globo para sua divulgação. Sabe-se que na época das novelas o fluxo de turistas é grande, mas pouco se tem feito para a imagem da cidade e bem estar do visitante e do cidadão. É preciso que haja um entendimento entre o poder público e os empresários para que as ações e o crescimento sejam concretos, e não baseado no imaginário criado pelas obras, pois o potencial turístico de Ilhéus é grande, tanto por sua beleza natural quanto seu vínculo cultural com Jorge Amado; é preciso saber explora-lo com sabedoria e consciência, buscando exemplos de áreas bem desenvolvidas turisticamente e aplicando os conceitos amplamente, abrangendo toda a região, para que não haja luta pelo turista entre as cidades, mas sim parceria entre as mesmas, instigando o visitante a conhecer a todas.
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http://www.ilheus.com.br Acesso em 23 Abril. 2001.
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<http://www.sebraeilheus.com.br> Acesso em 14 Maio. 2001.
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Relação das Entrevistas Realizadas
KRUSCHEWSKI, Lindaura. A História do Turismo em Ilhéus. Ilhéus, Casa de Cultura
Jorge Amado, 10 janeiro. 2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
MARQUES, Gerson. O Turismo em Ilhéus e os Projetos de Requalificação da Área
Central. Ilhéus, Ilheustur, 09 janeiro. 2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
PÓLVORA, Hélio. A História do Turismo em Ilhéus. Ilhéus, Fundação Cultural de Ilhéus,
10 janeiro. 2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
RIBEIRO, Raimundo Kruschewski. A História do Turismo em Ilhéus. Ilhéus, Espaço
Turismo. 09 janeiro. 2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
SCHAEPPI, Hans. A História do Turismo em Ilhéus. Ilhéus, Ilhéus Praia Hotel, 14 janeiro.
2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
VEIGA, Maria de Lourdes da. A História do Turismo em Ilhéus. Ilhéus, Loja de Artesanato
de D. Lourdes, 09 de janeiro. 2002. Entrevista a Silvia Inês Chimenti.
Anexo 01 - Carta enviada a Jorge Amado pelo Prefeito de Ilhéus e por integrantes do trade turístico.
Anexo 02 - Foto do antigo porto de Ilhéus, com a atracação dos navios
de exportação de cacau. S/d, s/n.
[1] Foto em anexo.
[2] Informação cedida pelo Sr. Hélio Pólvora, em entrevista realizada em Ilhéus, a 10 de Janeiro de 2002.
[3] Informação cedida pelo Sr. Raimundo Kruschewski, em entrevista realizada em Ilhéus, 09 de Janeiro de 2002.
[4] Jorge AMADO. Gabriela, Cravo e Canela, p. 33.
[5] http://www.ilheus.com.br, 24 de Abril de 2001.
[6] Op. cit, Jorge AMADO, p. 69.
[7] Op. cit, Hélio Pólvora, Janeiro 2002.
[8] Id. Ibid.
[9] Rita de Cássia Santana de Carvalho ROSADO. Cronologia dos Portos da Bahia.
[10] Dados coletados em material fornecido pelo CPDOC da Fundação Casa de Jorge Amado, em Julho de 2001, por meio do Guia Jorge Amado, pg. 147.
[11] Id. Ibid., pg. 148.
[12] IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, pg. 271.
[13] Manoel Carlos Amorim de ALMEIDA. Porto de Ilhéus e etc., etc., etc., pg. 164.
[14] Arthur BRANDÃO, Milton ROSÁRIO. Estórias das Histórias de Ilhéus, pg. 130.
[15] Adaptação de Zora Seljan, direção de Maurício Sherman.
[16] Adaptação de Walter Durst, direção de Walter Avancine e Gonzaga Blota.
[17] Interessante notar que Sônia Braga, embora represente a beleza nordestina, é paranaense, nascida em Maringá.
[18] Órgão oficial de turismo da Bahia.
[19] Instituto Brasileiro de Turismo.
[20] Carlos Roberto Arléo BARBOSA. Notícia Histórica de Ilhéus, p. 130.
[21] Em entrevistas realizadas em Ilhéus, em janeiro de 2002.
[22] Reportagem em Jornal fornecida pela Fundação Casa de Jorge Amado. Não há referências sobre a procedência, data ou local da reportagem, mas a foto exibida mostra os proprietários da boite Bataclan-Ilhéus em companhia de Heloísa Mafalda, atriz da Rede Globo, caracterizada como Maria Machadão, da novela "Gabriela"; determinando portanto o ano de 1975 para a reportagem.
[23] Jornal "A Tarde" de Salvador. S/d. pg. 17. Em outro ponto da mesma reportagem comenta-se a recém inauguração da boite Bataclan, a qual pode ser relacionada à reportagem anterior na década de setenta, provavelmente próximo a 1975; além desse fato, a foto exibida, do Bar Vesúvio, mostra no letreiro a palavra escrita com z: Vezúvio, o que, segundo informações de moradores e comparando com outros registros iconográficos, ocorreu na década de setenta.
[24] Jornal "O Globo" do Rio de Janeiro. 24/08/1975. Caderno: Suplemento do Jornal da Família. p. 02. Nesta reportagem vê-se a foto do Cabaré Bataclan como uma casa de cômodos e um armazém de secos e molhados. Importante ressaltar que a boite Bataclan comentada nas reportagens anteriores e o cabaré Bataclan não são os mesmos estabelecimentos. O edifício do Cabaré Bataclan pertenceu à família Lage e a boite Bataclan à família Maron, antiga proprietária do Bar Vesúvio.
[25] Maria Palma ANDRADE. Ilhéus - Passado e Presente", pg. 44.
[26] Raimundo Kruschewsky Ribeiro, também chamado de Barão Poppof, é morador de Ilhéus e proprietário da mais antiga agência de turismo na cidade. Entrevista realizada em Ilhéus, em janeiro de 2002.
[27] Antigo morador de Ilhéus.
[28] http://www.sebraeilheus.com.br. 2001.
[29] Empresa Ilheense de Turismo. Criada em 1982.
[30] Associação de turismo de Ilhéus.
[31] Conselho Ilheense de Turismo.
[32] Op. Cit. ANDRADE, pg. 89.
[33] Dados coletados em material fornecido pelo CPDOC da Fundação Casa de Jorge Amado, em Julho de 2001.
[34] Jornal Notícias Populares, São Paulo. 03/02/1990.
[35] Jornal Tribuna da Bahia, Salvador. 08/02/1990. Caderno Cultura, pg. 06.
[36] Jornal O Globo, Rio de Janeiro. 06/08/1992.
[37] A revista do Econômico. S/n, pg. 16 a 18. Embora não se tenha a data da publicação, supõe-se que seja 1992, devido às fotos, as quais assemelham-se às de outra reportagem desse mesmo ano.
[38] Rita de Cássia Ariza da CRUZ. Introdução à Geografia do Turismo. p. 12.
[39] Jornal Correio Brasiliense, Brasília. 06/08/1992.
[40] Em reportagens nos jornais: Bahia Hoje, Salvador. 08/11/1994, Caderno Cidade da Bahia, coluna Interno, pg. 07 e A Tarde, Salvador. 09/11/1994. Caderno turismo, coluna Hotelaria e Turismo, pg. 04.
[41] Jornal A Região, Itabuna. 31/10/1994. pg. 09.
[42] Jornal A Tarde, Salvador. 08/11/1994. Caderno A Tarde Município, pg. 10.
[43] Em carta enviada a Jorge Amado pelo prefeito de Ilhéus e por integrantes do trade turístico, em 08 de Agosto de 1995, cuja cópia foi cedida pela Fundação Jorge Amado em 04 de Julho de 2001. Em anexo.
[44] Op. Cit, ALMEIDA. pg. 164 e 165.
[45] Id. Ibid. pg. 179.
[46] Antiga moradora da cidade, ativa colaboradora da cultura local e responsável pela Casa de Cultura Jorge Amado.
[47] Informações fornecidas em entrevistas realizadas em Ilhéus, em janeiro de 2002.
[48] Jornalista e Presidente da Fundação Cultural de Ilhéus. Em entrevista realizada em janeiro de 2002.
[49] Figuras importantes conhecidas da população que ditam a moda: vestimenta, viagens, hábitos, etc.. serão copiados pelas pessoas na intenção de aproximarem-se de seus ídolos ou assemelharem-se a eles.
[50] Jornais: Diário Oficial, Salvador. 30/09/1998, pg. 02; A Tarde, Salvador. 01/10/1998, Coluna Presente, pg. 02;
A Tarde, Salvador. 07/10/1998. Caderno Turismo, coluna Hotelaria e Turismo, pg. 05.
[51] O termo reconstrução é empregado devido ao estado do imóvel, em ruínas.
[52] Em certidão passada pelo Cartório de Registro de Imóveis do Estado da Bahia, Comarca de Ilhéus, pela Oficiala Designada Bela. Maria Rita Moreira Alves.
[53] Em entrevistas com moradores, realizadas em Julho de 2001 e Janeiro de 2002.
[54] Hélio PÓLVORA. Crônicas da Capitania: Vivências & Imagens & Acontecências das Terras do Sem Fim, pg. 96 a 99.
[55] Exemplo disso foi a atitude imatura dos empreendedores de Ilhéus na ABAV, em Brasília, que mantiveram uma postura arrogante em relação a outros expositores e visitantes. Informações cedidas pelo Sr. Gerson Marques, Gerente de Promoção e Eventos da Ilheustur, em entrevista realizada em janeiro de 2002.
[56] http://www.fundaci.org.br. 2000.
[57] Op. Cit. MARQUES.
[58] Programa de Desenvolvimento Turístico do Estado da Bahia 2.
[59] Banco Interamericano de Desenvolvimento.
[60] Op. Cit. MARQUES.
[61] TC/BR. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Ilhéus, p. 79.
[62] Companhia das Docas do Estado da Bahia.
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